Nã, não me cheira nada bem! E acreditem que não me estou a referir a qualquer descuido fisiológico. Não!

Estou cá a pensar que este negócio do fundo de pensões da PT ser entregue ao Estado, que se responsabilizará futuramente pelo pagamento das ditas, não é flôr que cheire bem. Vejamos:

Aqui há uns tempos atrás o Estado usou a golden share que tem na PT para travar a venda de um activo, a Vivo, à Telefónica. Quase caíu o Carmo e a Trindade...Alguns dos accionistas da PT terão chegado a pôr a hipótese de reclamar da decisão porque isto e mais aquilo e coiso e tal, e a livre concorrência, e a União Europeia...e tal. Veio a nova oferta da Telefónica, mais alta ainda, e o que sucedeu? Nunca mais ouvi um pio (eu, pelo menos, não ouvi e não costumo ser muito surdo). Ora o que quero eu dizer? Que não tenho ouvido nem lido nenhuma reclamação dos tais grandes accionistas da PT sobre isto. Portanto, deduzo que será uma boa decisão para eles.

E para o Estado, para todos nós, para os tais que estão a pagar com língua de palmo os descalabros dos orçamentos passados? Não me parece que seja um bom negócio. Mas não tenho a certeza. Por isso só digo que não me cheira bem.

Pelo que tenho lido, essa decisão é necessária para pagar os tais submarinos adquiridos à Alemanha. Cá para mim era melhor continuarmos a dever-lhes, com base naquela frase:

"Quando devemos cem ao Banco temos um problema, mas quando devemos um milhão é o Banco que tem um problema".

Portanto, é uma questão de fazer contas. Como vai sair mais caro? A pagar pensões ou a pagar juros?

Já agora, a talhe de foice, sobre a mais valia obtida com a golden share. Se a mais valia obtida foi por conta da decisão estatal, por que razão não há-de vir para o Estado, para inclusão no orçamento para ajudar à redução do défice, uma fatia dessa verba? É que, pelo que já li, a PT não vai pagar impostos sobre a venda da Vivo. E pode? "Fonha-se", também!