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Serviço incómodo

São muitas as vozes que se levantam contra o serviço público televisivo prestado pela Rádio Televisão Portuguesa. Se o 2º Canal vai passando despercebido, já o Canal 1 é "massacrado". Não são raras as vezes, em que, nos meios áudio-visuais, jornais ou até mesmo em conversas de café, se discute, se critica sendo poucas aquelas em que se enaltece. Deparamos-nos constantemente com figuras do nosso meio artístico e cultural, político e social, com discursos de cariz intelectual, sempre e quase sempre chocados, entristecidos e desanimados com sua grelha de programação. Compete-me no entanto observar que normalmente esses discursos ou frases soltas, que vão escapando muitas vezes de contextos completamente alheios ao tema abordado, são normalmente feitos nos canais concorrentes!!!
Ora tal descontentamento demonstrado , tem no meu entender origem em vários factores, sendo o mais evidente, em muitos dos casos, o desgosto da falta de oportunidades que tais personagens reclamam para si... e segundo elas, suas por direito!!!! Tudo isto resvala diante de um facto que ninguém tem coragem de analisar com isenção... qualquer que seja o director de programação, acaba por apresentar uma grelha em tudo semelhante aos demais canais privados e isto acontece, não por se tratarem de pessoas que gostam de por em causa aquilo que meia dúzia de inteligentes acha que é o correcto, mas sim porque o verdadeiro serviço publico é dar ás pessoas aquilo que elas querem ver... e por muito que custe é o futebol as novelas e os concursos da treta que a malta devora.

3 Comments:

  1. Ana Nazário said...
    A minha opinião é que as pessoas podem aprender a apreciar programas de qualidade.se tudo fôr introduzido na medida certa. Não faz mal nenhum misturar entretenimento puro com programas de qualidade. Mas atenção, para mim qualidade não tem forçosamente a ver com programas com pretenções de alta intelectualidade, como por vezes acontece. Aí, convenhamos , não há paciência.
    Mas até a cultura televisiva pode ser modificada. E com isso a cultura de um povo, acredito eu, melhora.
    Não se deve dar a ver só o que o povo quer.
    Como dizia um amigo meu: "A opinião não se contraria, educa-se".
    R de Rui said...
    As programações televisivas são, na generalidade, pouco do agrado da grande maioria do público. Até porque é difícil satisfazer os gostos e interesses de milhões de consumidores. Nomeadamente os canais generalistas tem de fazer variantes daquilo que sabem que agrada a um número mais elevado de clientes. Por essa razão nasceram os canais temáticos que, nos países com populações mais elevadas que o nosso, têm aceitação. Mas, na verdade, não me sinto incomodado se não vejo televisão. Isso permite-me ler que é muito mais instrutivo e mobilizador do que estar ali sentado olhando para a pantalha, horas a fio.
    R de Rui said...
    Desculpem-me mas faltou o acento ^ no "...tem de fazer variantes..."

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