Eu sei que estamos numa fase de música e futebol e, portanto, desculpem-me a intromissão. Mas isto da economia também me faz vibrar. Assim, cá vai:
A crise, a famosa crise, criada pela ganância e cobiça de empresários, gestores e políticos mundiais, vai ter de ser paga por todos. Os que podem muito, os que podem pouco e os que podem assim assim.
Em Portugal, pelo que tenho lido e ouvido, uma das atitudes a tomar é a diminuição do subsídio de desemprego, de que dependem cerca de 500 000 compatriotas. Em Espanha, porém, são muito mais criativos e dão o exemplo eliminando 29 empresas públicas (a maior parte das fundações) e 32 altos cargos nos ministérios. Conforme se lê nessa notícia, prevêem poupar, assim, 50 biliões de euros até 2013. Afectam, portanto, um menor número de pessoas, provavelmente com altas qualificações e maior facilidade em encontrar trabalho.Como se compreende, pois eu imagino que se despedissem, por exemplo, o sr. Mexia, ele nem tempo teria para ir a casa mudar de roupa porque, logo que descesse as escadas e chegasse ao olho da rua, haveria uma fila de empregadores a oferecer-lhe trabalho. Se calhar a ganhar ainda mais, pois ele merece, ao que ouço dizer.
A esta decisão espanhola chamo pragmatismo, inteligência e consciência das realidades. Por cá se não formos por idêntico caminho admirem-se quando as convulsões sociais a sério começarem.
A propósito, vejam como se faz política sem serem precisas mordomias nem luxos
tipo de pastilha: Deixa-me rir para não chorar..., Eles comem tudo..., Política, Vou ver se não me deixo enganar...
"Eu não acho que ninguém vá para o desemprego porque quer, o que acho é que há pessoas no desemprego que precisam de ter o incentivo certo para ir trabalhar", respondeu o primeiro-ministro.
Quererá ele com isso dizer que convém que o pessoal passe fominha que é para lhe apetecer trabalhar?
Eu acho que temos de começar a preparar uma Marcha da Indignação. Porque afirmações destas são insultos aos que querem trabalho e não encontram. Serão, certamente, a maioria que está nessa situação. Sim, porque os que não querem mesmo trabalhar, esses, já recebem o subsídio de integração social.