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Cada profissão tem as suas coisas boas e más sendo que no meu meio profissional, na parte que me toca directa e indirectamente, é realmente muito mau os danos colaterais que a falta de vendas provoca.

É evidente que generalizo e é essa a minha intenção.
Há os que no meu meio profissional reagem às adversidades de determinada maneira, há os que reagem de outra, há os que não reagem, etc.

Depois vejo que existem outras profissões com os seus problemas e as suas especificidades e ganho novas forças para continuar com a minha, há uma muito mal amada por conveniência, que muito provavelmente se não tivesse vários/muitos amigos que a exercem cairia também eu no erro do criticar fácil e mesmo assim não estão livres disso.

Refiro-me ao ser professor.

Dou por mim a ler “Filho de Leonor Cipriano aterroriza escola de Porches”, ora Leonor Cipriano… Leonor Cipriano… ah é a tal mãe cuja filha desapareceu e que está morta e cujo corpo não aparece e que terá sido cortado aos bocadinhos eventualmente para servir de refeição de uns quantos porcos… só de filme.

Ao que parece o menino de 10 anos anda com uma arma na mochila.

Resposta formal (avanço já eu sacando do meu mais fantástico poder de adivinhação) “mantenham a calma que isto é um acto isolado”.
É isso, um acto isolado, são também actos isolados a falta de respeito/educação na sala de aula, os telemóveis, os bonés, os chinelos, o barulho, a indiferença… yah méne tá na boa… estar na sala de aula ou na praia pode até ser a mesma coisa.

Depois há também aquela coisa do “se há os professores que ainda assim conseguem ter resultados porque é que vós os outros professores também não conseguem”?

Vamos lá então alterar o plano curricular de um aspirante a professor e inserir mais 2 ou 3 anos para:
Preparação Psicológica Intensiva para o Exercício da Docência;
Para a plena obtenção de habilitações que permitam saber trabalhar com detectores de metais;
Para as disciplinas de Defesa Pessoal Aplicadas à Especificidade da Docência;
Para optimizarem a colocação da voz sem problemas para as cordas vocais;
Para saberem como desactivar com sucesso telemóveis e engenhos explosivos;
Para que estejam habilitados a lidarem com outras etnias em especial para saberem lidar com pais, primos entre outros das outras etnias;
Para que estejam habilitados a estacionar os respectivos automóveis em local seguro para os mesmos que poderá não ser o local mais seguro para os respectivos e legítimos proprietários desses mesmos automóveis.

Aos meus amigos professores dou-vos uma ideia de graça, eu sou assim, um gajo muito porreiro, uma ideia que vale milhões, está na moda, escrevam um livro que venderá, venderá, venderá que podem ir à vossa vida “Como Ser Feliz Exercendo a Profissão de Professor”.

Graças a Deus (desculpem os não crentes) que não sou professor, graças a Deus que ainda existem professores, graças a Deus que existem muitos professores no desemprego ou ocupados com tarefas que nada têm a ver com as suas habilitações pois pelo menos durante mais algum tempo haverá stock neste país.

Mas quem é que no seu perfeito juízo quer ser professor?

Mas alguma vez poderei eu influenciar as minhas filhas para que sejam professoras?

Para quê?
Para aturarem estas e outras merdas?

Ainda há gente muito corajosa, a partir desta data deixo de me queixar dos meus problemas profissionais em especial na frente de vós Professores.

Depois admiram-se que de vez em quando apareça um ou outro exemplar da docência que lhe “salta a tampa”.
Vamos lá por ordem na casa se não for pedir muito.

3 Comments:

  1. R de Rui said...
    Pelo que me dizem amigos meus, que são professores, esta profissão tem um pagamento de que poucas se podem gabar - RECONHECIMENTO - por parte daqueles que foram influenciados positivamente pelo seus mestres. E este pagamento não tem preço dizem eles, e eu acredito.
    E é uma profissão também reconhecida pela sociedade, conforme se pode ver na Visão de hoje, embora alguns e algumas com poder queiram fazer crer o contrário.
    João Paulo Santos said...
    É isso mesmo, há coisas que não têm preço e o reconhecimento é sem dúvida o maior prémio.

    Contudo deve ser ainda assim "cansativo" levar com algum tipo de alunos, pais, com governos sejam eles PS ou PSD (não me lembro de outros partidos no governo) que querendo poupar nos orçamentos lá vão ajudando a manipular a opinião pública suportados por imprensa interessada em ter assunto sensacionalista.
    Teresa Marçal said...
    Eu já gostava de ti João Paulo mas agora...não digo mais para a Soraia não se chatear. Captaste a atmosfera que sente na generalidade das escolas! É isso mesmo, é que é isso mesmo!!! Até parece que és professor!!!

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