
Pensava… que motivação terá um macho em abrir um salão de cabeleireiro feminino ou um pronto-a-vestir? … “ai essas calças assentam-lhe muito bem… não sei realça-lhe as ancas”... e aí ficava eu tipo aqueles carrinhos a pilhas que vão contra as paredes e andam para trás e voltam novamente contra as paredes.
Apesar da introdução ser provocadora e poder merecer os mais ácidos comentários não vejam nestas observações apenas profunda estupidez minha ou preconceito mas sim uma reflexão acerca do assunto num contexto temporal compreendido entre a 2ª metade da década de 70 e a primeira metade da década de 90, não entro noutras épocas anteriores porque não as vivi e não sigo mais para a frente porque creio não ser tão evidente dado a evolução do nosso Portugal.
A muito obrigou a sociedade portuguesa (não só a nossa) aos desde sempre homossexuais, casavam-se para poderem viver o seu “segredo” pelo menos de uma maneira mais tranquila e certamente procuravam as profissões que melhor os aproximassem da sua felicidade.
Viviam respeitosamente.
Há uns dias soube do falecimento de uma dessas pessoas misteriosas, O Sr. S. tinha um salão de cabeleireiros que a minha avó frequentava, Sr. de uma simpatia invejável e o qual não poderei nunca esquecer do facto deste nunca ignorar-me… cumprimentava-me sempre apesar dos meus 4 ou 5 anos de idade… a mim e a todos, além disso permitia que a minha avó (doméstica) pudesse vender os seus bolos caseiros que só as avós sabem fazer no seu salão e com isso pudesse também ela contribuir monetariamente para o orçamento familiar.
Dei por mim a reflectir sobre o que essas pessoas terão sofrido, o que tiveram que ouvir, e que de facto eram forçados a ocultar as suas orientações, quem as pode condenar?
Neste momento e no contexto actual, com as liberdades entretanto conquistadas, com a evolução das mentalidades, tenho ainda assim alguma dificuldade em saber se continua ou não a ser uma minoria corajosa a assumir e que a única diferença reside no facto de já não terem que casar no resto continuam na mesma opressão.
tipo de pastilha: Sociedade
2 Comments:
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"Circulo" por um desses meios onde é bastante fácil assumir a homossexualidade. E felizmente que é assim. As pessoas podem ser elas próprias.
A minha experiência diz-me que ,regra geral, são muito boas companhias, muito cultos e bastante educados.
É fácil e agradável o convivio.
Ainda bem que se caminha no bom sentido: aquele em que a sociedade em geral começa a perceber que, independentemente da forma como expressamos a nossa sexualidade, somos pessoas iguais, em direitos e em deveres.
Pelo menos em Portugal e em muitos paises da Europa.
O resto do mundo...enfim...talvez demore um pouco mais...até porque muitos ainda não aceitam o sexo feminino como igual ao masculino...em direitos e deveres, entenda-se.